Em nossa vida, sempre temos referências de pessoas de variadas idades. A
sabedoria ingênua das crianças, a impaciência e jovialidade dos adolescentes, a
vivência corrida da meia idade. E principalmente, a experiência acumulada por
muitos momentos bons e ruins, enraizada por histórias contadas por gerações: é
a sabedoria dos idosos.
Quem nunca guardou lembranças e ensinamentos de avós, bisavós, tios e
pais que passaram ou passam por esse valioso período da vida do ser humano? Por
ser a base de qualquer estrutura familiar, os idosos devem ser respeitados em
seus direitos, em seu viver, atitudes e vontades. Afinal, eles passaram por
nossa história, testemunhando, apoiando e contemplando os momentos mais
marcantes de todos nós.
Hoje, em diversos países do mundo, o número de idosos aumentou
consideravelmente. Isso se deve ao fato do aumento da expectativa de vida, da
diminuição da taxa de natalidade, do avanço da ciência e da medicina e da
melhoria dos padrões básicos da sociedade, como a economia e a saúde. No
Brasil, o número de idosos na população segundo o censo 2010/IBGE é de 7,4%,
cerca de 14 milhões de habitantes, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. E
esses padrões de aumento dos idosos na população também ocorrem no Brasil. A
grande diferença é que em muitos países, o idoso é tratado como um rei. Tem
seus valores familiares, financeiros e sociais fielmente respeitados, como é o
caso da Índia, onde os jovens os reverenciam, beijando seus pés em sinal de
respeito. Em alguns países da Europa, a aposentadoria dos idosos comtempla uma
vida saudável e prazerosa, proporcionando viagens, passeios e até a
possibilidade de morar sozinho e independente. Muitos povos de diversas etnias
e nações tem no idoso um exemplo a ser sempre seguido, respeitado e admirado.
Já no Brasil a situação é completamente diferente, e infelizmente, até
degradante e humilhante. Sua contribuição por toda uma vida de trabalho não é
minimamente recompensada com uma aponsentadoria digna e que sirva a uma vida
tão digna quanto. O pouco que recebem é gasto com tratamentos de saúde caros e
incondizentes com sua renda. E ainda temos que levar em consideração que
existem ainda muitos idosos que são 'arrimos de família', apesar do pouco que
ganham. Não tem seus direitos preservados e respeitados, desde a constituição e
do âmbito familiar, até o mínimo direito de um local reservados em locais e
transportes públicos. São verdadeiros guerreiros da sociedade atual.
Mas há também o lado bom da melhor idade. Muitos idosos demonstram uma
proatividade e jovialidade fora do comum. Trabalham, viajam e se divertem como
se ignorassem, no bom sentido, as muitas décadas de vida que tem. Podem não ser
mais jovens no corpo, mas são jovens na alma. A justificativa? Aproveitar a
vida depois de cuidar de filhos e netos e de muito colaborar com a formação
familiar. E eles estão certos. Com tamanha sabedoria, quem não gostaria de
usufruir as belezas da vida, já sabendo muito bem o caminho das pedras?
Perante tudo isso, a atitude ideal da sociedade, governo e de todos que
de alguma forma convivem com o idoso é a respeitosa, admiradora e aprendiz.
Respeitar e admirar tanta sabedoria e vivência demonstrada e com elas aprender
muito, pois todos nós um dia seremos como eles.